Fidel Castro, líder da Revolução Cubana em 1959, é um personagem controverso cujo legado levanta muitas questões. Enquanto alguns o veem como um herói socialista que lutou contra a opressão americana em Cuba, outros o consideram um ditador brutal que suprimiu a liberdade de expressão e impôs uma ideologia totalitária aos seus cidadãos. Ainda assim, há uma tendência preocupante na indústria cinematográfica americana de glorificar a figura de Fidel e o seu governo, ignorando a natureza repressora do regime. Neste artigo, vamos explorar essa questão com mais profundidade e questionar se a propaganda política deve ter lugar na arte.

No cinema, Fidel Castro é retratado de diversas maneiras: como herói revolucionário, idealista, e visionário que lutou pela igualdade e justiça social; ou ainda, como líder carismático que se opôs com ousadia e coragem aos interesses imperialistas dos Estados Unidos em Cuba. Essa abordagem tem sido utilizada em diversos filmes de Hollywood, tais como Che (2008), dirigido por Steven Soderbergh, que mostra a vida do líder argentino Ernesto Che Guevara durante a Revolução Cubana e Fidel (2001), uma mini-série dirigida por David Attwood, que retrata a história de Fidel Castro desde a juventude até a atualidade.

A questão que se coloca é se essa glorificação de Fidel Castro no cinema tem um propósito puramente artístico ou se há uma propaganda política por trás desse discurso. Embora seja difícil determinar com certeza a intenção dos cineastas, é difícil imaginar que Hollywood não tenha um interesse por trás da glorificação de um ditador. Talvez a resposta para essa questão esteja no fato de que a indústria do cinema americano muitas vezes se alinha politicamente com governos democratas, que tendem a ter uma postura mais cordial em relação ao governo cubano.

A verdade é que essa abordagem da figura de Fidel Castro no cinema é perigosa, pois ela ignora os horrores do regime comunista em Cuba. O governo de Fidel Castro foi marcado por uma repressão brutal contra opositores, pela falta de liberdade de expressão e de imprensa, e pela violação dos direitos humanos. Além disso, o regime comunista cubano tem uma longa lista de atrocidades cometidas contra o seu próprio povo, incluindo execuções em massa, campos de trabalho forçado, e perseguição a minorias. Ignorar esses fatos e glorificar a figura de Fidel Castro é nada menos que glorificar a ditadura.

Em resumo, a tendência de glorificar Fidel Castro na indústria cinematográfica americana é preocupante e deve ser questionada. Embora a arte possa ser utilizada para propagar uma ideologia, a glorificação de regimes totalitários é inaceitável. Como público, devemos nos lembrar da realidade dos horrores do regime cubano e evitar a romantização de uma ditadura autocrática.